Huaraz, em quíchua Waraq o Waras, significa ‘amanhecer’. Fica a 290 km de Lima, à uma altitude de 3.050 metros acima do nível do mar, e é capital da província de Ancash. Sua população de 130 mil habitantes. Os moradores da região, principalmente nos vilarejos próximos à Huaraz, ainda conservam vários elementos tradicionais de sua cultura, como as vestimentas, alimentação, trabalho no campo e fabrico de peças que remontam aos seus ancestrais.
A melhor maneira de chegar na cidade é de ônibus. De Lima a Huaraz demora em média 8h. A 20 km de Huaraz se encontra no aeroporto, localizado em Anta, que tem vôos diretos para a cidade de Lima em 45 minutos, aproximadamente. Porém, os voos não são regulares e caros. A cidade é servida por diversos ônibus, micro-ônibus, kombis e táxis para qualquer ponto. O preço varia de acordo com a distância.
As origens da cidade remontam aos tempos pré-incas, com o desenvolvimento dos primeiros assentamentos humanos em torno dos rios Quilcay e Santa. Sua fundação foi realizada em 20 de janeiro de 1574 pelos espanhóis. Durante a independência do Peru, a cidade hospedou e forneceu o exército libertador com equipamentos e materiais militares, ganhando assim o emblemático nome de “A cidade muito nobre e generosa de Huaraz “dado por Simón Bolívar.
A atividade econômica baseia-se na mineração, agricultura, comércio e turismo, sendo esta última a fonte econômica mais importante da cidade. Uma grande percentagem da infraestrutura é dedicada às atividades turísticas, pois a cidade é um importante ponto de partida para os adeptos de esportes de aventura e montanhistas. A cidade também é porta de entrada para as rotas que levam aos complexos arqueológicos de Chavín de Huántar.
Seu clima é temperado de montanha tropical, ensolarado e seco durante o dia e frio durante a noite, com temperaturas médias anuais entre 11 e 17º C e máximos absolutos superiores a 21º C. As chuvas se concentram entre dezembro e março. A estação seca acontece de abril a novembro.
Huaráz fica próximo ao Parque Nacional de Huascarán e serve como excelente base para quem quer explorar as duas cordilheiras que a cercam, Branca e Negra. Estas fazem parte da Cordilheira dos Andes e que tem na montanha Huascarán o pico mais alto Peru e, portanto, um desejado local para prática de montanhismo e alpinismo.
A Cordilheira Branca é assim chamada por causa dos seus mais de 50 picos nevados, inclusive Huascarán, com 6.768 metros, e Alpamayo, considerada a montanha mais bonita do mundo. E a Cordilheira Negra, como se pode deduzir, é justamente chamada assim por não ter neve.
A cidade de Huaráz é um destino já famoso entre os praticantes de montanhismo e escalada e serve como base de apoio para os passeios nas montanhas e sítios arqueológicos próximos. São muitos os passeios possíveis: day trips, trekkings com acampamento que variam de 2 a 15 dias (pode até ser mais) e escaladas que podem ser de muitos dias. Dentre os trekkings, o de Santa Cruz é o mais conhecido.
Opções turísticas não faltam na região. Chavín de Huántar é um passeio obrigatório para quem se aventurar por Ancash. As ruínas do centro cerimonial do povo Chavín remontam a mais de 3 mil anos e foram declaradas Patrimônio Cultural Mundial em 1985. Tratava-se de uma cidade habitada exclusivamente pelos sacerdotes. A arquitetura desenvolvida pelos Chavín é realmente invejável! Além de garantir a sobrevivência das construções a inúmeros terremotos, eles também criaram uma cidade subterrânea que encanta até hoje. Este povo criou também importantes técnicas agrícolas, um desenvolvido estilo artístico e várias cerimônias religiosas. Quando entrei ali, fiquei surpreso com o tamanho e dificuldade para fazer a caminhada. Ver a escultura em pedra da divindade El Lazon é algo imperdível!
Ao redor da cidade visite os restos arqueológicos de Waullac, a 2 km a leste de Huaraz. Este é um sítio arqueológico que data do período pré-inca e pertence ao período de Wari (600 AD). Seria um lugar de uso funeral composto por cinco estruturas de pedra com pequenos nichos. Outro passeio legal é para Huilcahuaín, a 7 km ao norte de Huaraz. É uma amostra da arquitetura Wari, que se desenvolveu entre 700 a.C. – 100 d.C. Os edifícios apresentam uma rede de galerias dentro e foram utilizadas como espaços para oferendas.
Na cidade, visite o Museu Arqueológico de Ancash, onde existe uma importante coleção de pedras da cultura Recuai, assim como peças de cerâmica e têxteis de culturas pré-inca Chavín. Não deixe de visitar o Santuário do Senhor da Soledad, que mantém uma imagem do Senhor da Soledad, patrono da cidade de Huaraz, cuja éstátua foi dada na fundação espanhola da cidade; e a Calle José Olaya, rua que mantém sua estrutura típica e onde é realizado um festival gastronômico aos domingos.
Na Av. Luzuriaga, estão os melhores restaurantes, pubs, bares, pizzarias, hotéis e lojas. Os pratos típicos são cuy, tamales, chicharrón, llunga, o ceviche e a cecina. Menção especial merece o presunto huaracino, uma variedade do país que consiste em uma perna de porco temperada com sal e servida com salada. A bebida característica é a chicha de jora. No comércio regional, é comum encontrar dois tipos de bandeira nas portas de alguns estabelecimentos: a branca indica a venda de pão, e a vermelha, de chicha.
A música típica é o huayno, em que se dança sapateado, sempre presente nos finais de festas.
A região possui ainda vários outros lugares fantásticos e merece uma estadia de um período razoável. Com relação à hospedagem possui muitos hostels legais, hotéis e pousadas simples e baratos, com opção de aceitar seu pet com você.
Há, ainda, tanto o turismo convencional (city tour, ida a Chavín e o lago Llanganuco) como o de aventura (trekking, passeio a cavalo e canoagem). Os tours podem ser contratados nas agências de turismo locais. As melhores opções para realizar um turismo de aventura são canoagem pelo rio Santa, passeio a cavalo, trekking e acampamento.
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