O distrito localizado ao norte de Israel conta com um pouco mais de 6 mil habitantes e fica a 10 km de São João do Acre. De acordo com a lenda local, o nome é derivado de “Julius”, o nome do comandante romano Julius Cesar que acampou na área. Outros dizem que deriva da palavra árabe “jalis”, ou seja, “sentar”, pois está localizada em colinas mais baixas do que as aldeias vizinhas, e assim parece estar sentada.
Julis foi a cidade natal do falecido Sheikh Ameen Tareef, ex-líder dos drusos em Israel. Por ter sido um venerado líder do século XVII da fé, seu túmulo domina um dos pontos mais altos de Julis. Ele passou a maior parte de sua vida em reclusão e oração no topo da colina onde seu túmulo está localizado.
Julis tinha uma população predominantemente muçulmana (drusos) com um total de 79 famílias. Viviam basicamente da produção de cevada, árvores frutíferas e criações de cabras e abelhas. A cidade possuia uma prensa para o azeite ou o xarope de uva. No início do século XVIII, Julis era uma das maiores aldeias produtoras de algodão da região.
Os drusos são uma pequena comunidade religiosa autônoma e são pessoas divididas por políticas e fronteiras. Globalmente, sua população é estimada entre 1 e 2 milhões, cujas maiores concentrações estão na Síria, no Líbano, na Jordânia e em Israel. Cerca de 125 mil drusos vivem em Israel e encontram-se integrados à sociedade e parte econômica do Estado judeu.
Tanto a língua quanto os hábitos desse povo seguem um modelo semelhante ao dos árabes da região. Não são considerados muçulmanos pela maioria dos muçulmanos da região, apesar de alguns drusos dizerem que a sua religião é islâmica.
Os drusos são conhecidos por manterem laços comunitários fortes, mesmo ao longo das fronteiras. Em Israel, a maioria reside no norte.
A história dos drusos começou ao redor do ano 1014, quando os preceitos da fé foram formalizados por um grupo de estudiosos e líderes no Egito. Os drusos chamam-se al-Tawhid, que significa “o povo do monoteísmo”, ou al-Muwaḥḥidūn, “os Unitários”. Suas crenças incorporam elementos das religiões abraçônicas, gnosticismo, neoplatonismo, pitagorismo e outras filosofias. Seguem o texto sagrado Kitab al-Hikma (Epístolas da Sabedoria). A maioria considera-se árabe, apesar de alguns drusos israelenses não se considerarem como tal.
A vila drusa de Julis é uma das mais pequenas das comunidades do norte de Israel e é composta por um grupo moderno de israelenses cujo serviço e sacrifício para o Estado judeu é lendário. Os moradores são advogados e médicos, empresários e comerciantes, professores e engenheiros e ativistas políticos. Os jovens da comunidade servem nas Forças de Defesa de Israel (IDF) com grande honra, e algumas mulheres estão começando a entrar no serviço nacional.
Nessa pequenina cidade, conheci um druso advogado chamado Nadeem que me deixou admirado por sua gentileza! Me proporcionou uma incrível experiência ao me apresentar sua cultura. Esse fato me marcou para sempre e estes momentos fizeram a diferença em minhas lembranças. Por isso, caso tenha oportunidade, conheça essa cidade e, se tiver sorte, espero que encontre meu amigo do coração, Nadeem, que ajudou-me muito durante minha viagem (na foto acima).
Apesar de ter poucas opções de hospedagem, esta cidadezinha merece sua visita! Minha sugestão é que você se hospede em Acre e vá conhecer este pitoresco lugar durante o dia.
Entre as atrações, os Jardins de Al-Muna são uma grata surpresa pela beleza, cuidado e história. Um monumento ao amor de filhos para os pais, repleto de plantas e flores diversas, aprazíveis fontes, grades em arabescos e animais da região.
Próximo a ele, tem poucos pequenos cafés que comercializam doces e cupcakes deliciosos!
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