McLean é uma cidade do Texas Panhandle. Fica no sudeste do Condado de Gray e é a segunda maior cidade do município. Neste lugarejo bastante pacato, a placa na entrada informa que a população é de 843 habitantes. Mas, no outro extremo, observei que uma nova placa informava população de 900 habitantes. Quando estive lá, pensei que talvez quisessem impressionar melhor quem vinha de Amarillo, uma cidade bem maior, no sentido contrário ao meu. Devido à falta de crescimento na área, a cidade ficou parada no tempo desde os dias da Route 66. Mas é digna de oportunidades fotográficas para aqueles que seguem a mother road.
Um mapa do Texas parece um tabuleiro de xadrez com sua grade de estradas majoritariamente retas. Esse tipo de condição levou milhares de motoristas para McLean durante seu auge. O Distrito Histórico Comercial de McLean é uma cápsula do tempo na mother road. Desça a Route 66 hoje, atravesse a I-40 na saída 146 e você encontrará ruas que permanecem fiel à aparência da metade do século XX!
A região foi durante muitos anos habitada pelos indígenas Comanche e Kiowa. Com a vinda dos colonizadores, estes perderam suas terras e foram dispersados.
O lugar estabeleceu-se como entreposto para transporte de gado por volta de 1900. O terreno foi doado por Alfred Rowe, um fazendeiro inglês que morreu no naufrágio do Titanic. Apesar disso, seu nome, no entanto, é uma homenagem a W. P. McLean, que pertencia à comissão de estradas de ferro. Os historiadores não conseguem entender por que a cidade não homenageou Rowe, mas reza a lenda que o funcionário ligado à ferrovia esteve ali numa ocasião e fez um discurso que deixou os moradores muito impressionados. Isso teria sido o bastante para transformar a cidade em McLean!
A cidade foi incorporada em 1909 e logo tornou-se um importante pólo agricultor da área. Várias centenas de cargas de porcos e melancias saiam dali anualmente. Quatro operadores de telégrafo foram abertos. Durante a década de 20, McLean fez um lance infrutífero contra Lefors para se tornar sede do condado. A cidade aproveitou o boom do petróleo e tornou-se um ponto para transporte de gado, gás e petróleo.
Em 1927, quando a Route 66 chegou, McLean ainda estava transportando gado e petróleo por vias férreas. Atravessando a Main Street, a mother road deslocou o foco dos trilhos para estrada e garantiu a prosperidade de McLean durante as próximas décadas!
A agricultura, a exploração do óleo que jorrava do subterrâneo e a vinda da Route 66 ajudaram a impulsionar a cidade durante muito tempo.
Em McLean, os postos de gasolina literalmente dirigiram a economia local. Em 1929, Phillips Petroleum escolheu a cidade como local da sua primeira estação no Texas. O pitoresco design do edifício, com persianas e uma chaminé de tijolos, refletiu a tendência na construção de postos de gasolina que pareciam casas. A estação funcionou durante duas décadas antes de encerrar em 1977.
Em 1940, McLean tinha seis igrejas, um jornal, 59 estabelecimentos e uma população de 1.521. O crescimento de Amarillo como centro industrial do condado fez baixar este número. A 102 km, Amarillo drenou a população de McLean ao longo dos anos.
Os comerciantes lutaram muito para manter a cidade viva, sabendo que o desvio permitiria o comércio de turistas que precisava para sobreviver. No final, McLean foi a última cidade da Route 66 no Texas contornada pela Interstate 40. As empresas fecharam e a população declinou.
Existem alguns trechos da estrada velha por lá. Quando cheguei, era domingo e havia várias pessoas indo para a missa. À certa altura, parei num sinal e baixei o vidro porque estava com calor. Sem querer, encarei um pedestre. Ele olhou fixo para mim e disse: “Hello”, com um aceno de mão. Confesso que fiquei espantado, porque, além dele, mais de uma pessoa acenou-me e disse o mesmo “hello”. De tanto ouvir que o americano preserva a sua privacidade e que o homem do interior é desconfiado por natureza, aquele gesto foi totalmente inusitado para mim. Depois, vim a descobrir que, apesar de a vida ir a passos de tartaruga naquele lugar, os moradores não se sentiam ameaçados por forasteiros. Eles os encaravam como extensão da própria família: quem viajava pela Route 66 era parte da família americana e merecia ser bem tratado!
Anote aí os locais a serem visitados. O primeiro é o posto Phillips 66, o primeiro no estado do Texas. Fechou em 1977, mas foi restaurado e está no Registro Nacional de Lugares Históricos. Também tem o Avalon Movie Theater e sua indefectível fachada em art deco cuja construção data dos anos 30. A Main Street, pavimentada com tijolinhos vermelhos, é onde você também pode ver vários prediozinhos antigos da década de 20.
O Devil’s Rope Museum é totalmente dedicado a um artefato inventado durante a conquista do Oeste americano, o ‘arame farpado’. O nome é uma alusão alegórica a ele: corda do diabo. As peças exibidas são objetos ligados às fazendas antigas da região. O museu não está no distrito histórico, mas é uma boa parada local que abriga o Texas Old Route 66 Museum. É gratuito e aceita doações! E vá também ao Mc Lean-Alanreed Area Museum, com variados objetos, fotos e documentos que contam a história da cidade. Muito interessante, tem coisas do arco da velha!
Uma boa pedida para almoçar é o Red River Steakhouse, todo decorado com diversas placas de carro na parede e cujo steak com batata assada é uma super refeição econômica!
Para dormir, a cidade conta com o famoso, cool e vintage Cactus Inn. O local é limpo e bem organizado, os atendentes são eficientes. Os quartos não são grandes, mas são limpos e confortáveis, equipados com TV. E mesmo que você não vá pernoitar lá, não deixe de tirar uma foto com o grande cacto da fachada, que é bem diferente!
Até Groom, próxima parada, siga pela I-40BL W/Rte 66. São 50 km de distância.
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