Taquile fica a uma hora de Uros, atravessando o lago Titicaca. A ilha possui na parte baixa um porto feito de pedras no qual desembarcam as lanchas ou balsas trazendo passageiros de Puno ou de outras ilhas vizinhas. Logo, há o desafio de vencer uma escadaria por mais de 567 degraus, a 3.800 metros, para chegar à vila de Taquile. A cada centena de degraus, você refletirá se vale a pena ou não tanto esforço!
A resposta virá quando olhar para trás e ver, de pontos cada vez mais altos, o lago e a região ao redor. Muitos param no meio do caminho, outros passam mal por causa do cansaço associado ao calor. Quando chegar ao topo, você se arrependerá de ter pensado em desistir. A vista é realmente incrível!
No final da escada, há um portal de pedra, um tanto rococó em contraste com a arquitetura sóbria. Ali, você receberá as boas vindas de uma das comunidades mais singulares do Peru. A partir daí, você pode ver quase toda a ilha e grande parte dos domínios do lago, e esta é a melhor vista. Taquile é uma cidade construída em pedra, com caminhos muito bem traçados, que se estende às margens do Titicaca, majestoso como sempre.
A ilha tem 2.5 km de largura por 7.5 km de comprimento. São cerca de 350 casas construídas sobre ruínas incas, ruas de pedras e muita vegetação rasteira, que contribuem com um toque de cores especial àquele quadro pintado pela natureza. A ilha tem 1.985 moradores, alguns com cerca de 120 anos. Aproveite para almoçar num restaurante típico no centro da Praça de Armas!
A comunidade é obstinada na defesa de suas tradições culturais. Vários administradores recusaram propostas de instalar hotéis e resorts na ilha. Preferem que tudo fique como está! Em Taquile não há energia elétrica, nem os confortos que dela advêm. Sem televisão, a cidade ficou isolada do mundo. Cultiva e gosta do turismo, uma de suas fontes de renda, mas desde que não seja predatório. Por diárias de 3 dólares, qualquer visitante pode se hospedar numa casa de família.
A população de Taquile é de origem quíchua e tem como atividade principal um tipo de artesanato têxtil com desenhos que, na verdade, são símbolos legados geração após geração pelos conquistadores pré-colombianos. Os moradores confeccionam ponchos, cinturões, luvas e outras prendas típicas tudo feito à mão. Durante anos, esse tipo de trabalho tem sustentado a comunidade. E mais que isso, os símbolos têm importância cultural forte até hoje. Cada um tem um desenho que identifica até a estrutura social. Um dos mais comuns é o Casca-Lucero, uma estrela estilizada que representa Vênus. Visite o pequeno museu com fotos da vida dos habitantes de Taquile.
A coisa mais impressionante que se pode observar nesta ilha, é a natureza que foi muito generosa com a mesma, deu-lhe uma variada vegetação selvagem, que foi enriquecida com eucalipto e cipreste trazida pelo homem na década de 50. Estas espécies são adaptadas às condições climáticas da região. Nas águas no entorno de Taquile, crescem o junco; e nas encostas, uma grama conhecida como ichu que serve comida tanto para as ovelhas como para tecer os telhados das casas.
Taquile depende muito das chuvas para o plantio de subsistência. A estiagem ocorre entre setembro e outubro. Só mesmo a ação da água permite lavrar o solo, porque arados primitivos usados pelos habitantes são incapazes de remover a terra, tanto a endurecida pelo gelo do inverno como a castigada pelo sol do verão.
Os incas tinham um carinho especial por Taquile e a população que antes falava aimará teve que se adaptar ao quíchua, idioma incaico. Inti, o deus do Sol, se transformou na divindade máxima. Os nativos passaram a adorar Wiracocha como criador.
Naquela civilização de origem pré-incaica, descobri a harmonia. O seu principal indicador era a felicidade natural do povo. E ela era incontestável. As pessoas sorriam para você, ofereciam comida e abraçavam os visitantes. Sabiam da sua importância para eles e tratavam a todos com carinho e respeito. E, depois, quem não vive bem dificilmente dura cem anos. A incidência de pessoas com essa idade era impressionante e fez pensar que viver é viver em paz. E quem vive em paz pode viver muito. A simplicidade e o desprendimento constituíam a base da filosofia de vida de um povo que transformou num pequeno paraíso a distante e real “Ilha da Fantasia” que flutua no meio do lago Titicaca!
Uma experiência maravilhosa é passar uma noite na ilha. Você não ficará arrependido, pode confiar!
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