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O estado do Novo México parece um imenso território sem limites

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O Novo México parece um imenso território sem limites. Outros lugares na Route 66 constituem-se de rios, montanhas e planícies. Muitos estados nasceram da vontade de ferro de homens que defenderam suas fronteiras com determinação. Mas o Novo México parece não ter fronteiras, não ter portas na sua história, nem telhados na sua existência. A maior ligação do seu povo, dizem os compêndios, é com a terra e com o céu. As fronteiras, naqueles 300 mil km², são formadas pelo encontro de ambos.

A cultura antiga do Novo México que é mantida até os tempos atuais, paisagens impressionantes, pontos ainda inexplorados e características únicas tornam esse estado um verdadeiro paraíso para artistas e amantes de atividades ao ar livre. Na região, atividades simples tornam-se experiências que transformam vidas. O Novo México é o lugar ideal para quem busca atividades culturais e aventuras que tocam a alma.

Cachos de pimenta vermelha secando em portas coloridas, vilarejos indígenas com casas feitas de argila e casinhas charmosas. As raízes do Novo México estão em todo lugar. As mesas (formações geológicas), com suas grutas inexploradas e cavernas extensas, apresenta uma natureza intocada, enquanto museus e galerias mostram a cultura nativa americana. Eventos como a Gathering of Nations Pow Wow (Reunião das Nações) apresentam rituais antigos e danças cerimoniais em meio a ruínas e assentamentos antigos.

A paisagem inspiradora do Novo México inclui um céu deslumbrante, sopros de areia parecidos com a neve e o azul marcante do rio Grande. Esse estado conta com montanhas gigantescas e a famosa Blue Hole, uma piscina de água cristalina com 24 metros de profundidade. Além de grutas com fontes de água mineral, o estado do Novo México oferece passeios a cavalo, esqui, caminhadas ou banhos em fontes medicinais durante o ano todo.

Em vez de lembrancinhas, leve de recordação um pouco de cultura, desde lindas joias de turquesa e artesanato até cintos e cerâmicas concho. Não vá embora sem provar a deliciosa tortilha com banana ou panqueca de pinhão no café da manhã e um hambúrguer com pimenta verde, delícias típicas da culinária mexicana do sudoeste.

Para a maioria dos viajantes da Route 66, o verdadeiro Oeste começa sempre com algum evento significativo. Um destes sinais é chegar a Tucumcari, onde hoje modernas highways cortam terrenos habitados desde os primórdios da América. É conhecida como o portão para o estado da luz e do céu, estado dos índios e dos artesãos. No entanto, decidiu se devotar a uma atividade mais prosaica: quartos de motel. Existem ali nada menos do que dois mil, número absurdo para uma cidade que tem menos de sete mil habitantes. Dizem que à noite o céu do lugar fica iluminado, tamanho o número de letreiros de neon. É a cidade do famoso Blue Swallow Motel, uma das estrelas da Route 66, listado no Registro Nacional de Lugares Históricos. O letreiro em neon azul do local é icônico! E é óbvio que este deve ser um dos primeiros locais que você deve visitar e registrar! Outros locais pra pôr na sua lista são: a Teepee Curio Shop, graciosa loja de souvenires em formato de oca; o Route 66 Monument, tributo à estrada realizado pelo artista plástico Tom Coffin de gosto meio duvidoso, mas que famoso e visitado; e o Odeon Theater, típica construção do pós Guerra com detalhes art deco, lindo! Se você puder, sugiro muito que você se hospede no Blue Swallow Motel que une paixão pela mother road e história!

Santa Rosa é conhecida por ter muitos lagos naturais. De todos eles, sem dúvida o mais festejado é o Blue Hole, um lago com 25 m de profundidade, que movimenta 10.800 L de água por minuto à uma temperatura constante de 18°C. A água se recicla totalmente a cada 6 horas, dando-lhe uma transparência fantástica! Por causa disso, o Blue Hole tornou-se a meca para os mergulhadores e fotógrafos. Faça um tour a pé e registre os principais marcos históricos da cidade. Por exemplo, a estátua de Rudolfo Anaya, autor da famosa obra “Bless Me Ultima”, cujas ‘páginas’ estão espalhadas em torno de uma fonte. O Route 66 Auto Museum é um local que abriga carros antigos, muito diferentes. Não deixe de ir ao Santa Rosa Lake State Park, gostoso e arborizado, que dispõe de área para fazer piquenique. Outra dica bacana é o Santa Rosa Dam. Ao lado da represa, há trilhas e sítios arqueológicos com exposições permanentes. No lago, dependendo do nível da água e da região, é possível nadar, velejar e praticar windsurf. Na verdade, o Dam é um parque recreativo de primeira qualidade. Assim, a cidade pode ser considerada um balneário no meio de uma região aparentemente árida, vasta, quase inóspita.

Até Las Vegas (não aquela dos cassinos em Nevada) são 107 km, uma viagem mais longa com uma série de junções de rodovias e um trecho da Route 66. A US Highway 84 mais adiante se junta à velha 66. Aos pés do Sangre de Cristo Mountains, Las Vegas serviu de cenário para os filmes “The hazards of Helen” (1915), com Helen Holmes; “The ballad of Gregorico Cortez” (1981), com Edward James Olmos; “The evil” (1978), com Richard Crenna e Victor Buono; e “Reddawn” (1983), com Patrick Swayze e Jennifer Grey. Comece seu roteiro à moda “around the town’, a pé. A maioria das construções está lavrada no Registro Nacional de Lugares Históricos e merecem muitas fotos. Faça uma visita ao Las Vegas Museum, com acervo de objetos que contam a história da região. Não deixe de visitar o Las Vegas National Wildlife Refuge (é preciso reserva!), uma reserva com natureza selvagem, espécies animais, vegetação árida e vista linda. Outro parque estadual lindo é o Storrie Lake State Park, com um lago ótimo para prática de pesca e um super visual para fotografar e curtir!

A próxima cidade, Santa Fé é uma das localidades mais pitorescas e interessantes que já visitei! É a mais antiga cidade americana a oeste do rio Mississipi. Esta parte do estado é habitada a mais de 10 mil anos! Se o problema do viajante for tempo, o jeito é ir direto e esquecer Santa Fé e as cidades do norte. Porém, vale a pena seguir a “rota original” de 1926 e passar por uma região que é considerada uma das mais bonitas de toda a Route 66! O local é o centro da região dos pueblos indígenas, fazendeiros de longa data e grandes artesãos. Seus trabalhos em cerâmica, cestas e joias são realmente lindos, de encher os olhos. Para quem se interessa pela herança indígena, como eu, não existe lugar melhor nos EUA para mergulhar no universo desta cultura milenar. Uma das maiores curiosidades comuns a toda a região é a verdadeira adoração pela pimenta-vermelha, há cachos delas pendurados nas portas de dezenas de casas, em varais nas aldeias e nas portas das cantinas. A cidade é grande é há muito o que visitar. Inicialmente, sugiro que você faça um turismo a pé, começando pela Palace Avenue. Ali, admire e registre: a The Plaza (1610); o Palace of the Governors (Palácio dos Governadores) (1610); o Museum of Fine Arts (1917); a Federal Court House; Scottish Rite Temple, Sena Plaza and Prince Plaza; a Catedral de St. Francis (1869); o Lafonda Hotel; a Loretto Chapel; The Famous Stair Case; a San Miguel Mission; a Oldest House; e o State Capitol (1966). Muitas das construções são em estilo pueblo e em revestimento com adobe ou estilo colonial espanhol. A Loretto Chapel data de 1878, toda em estilo gótico. Vá ao Barrio De Analco Historic District, que inclui muitos edifícios históricos. A San Miguel Mission é imperdível, pois é a igreja mais antiga (essa sim) de todos os EUA, de 1610, listada no Registro Nacional de Lugares Históricos. A igreja ainda está na ativa e sua arquitetura é em estilo romano, com telhado plano e paredes bem grossas. A Oldest House in the U.S. é a casa mais antiga dos EUA e consta no Registro Nacional de Lugares Históricos. Em frente ao Palace of the Governors, existe uma feirinha de artesanato com as lindas peças produzidas pelos pueblos locais, fantástica! Em relação a museus, Santa Fé é bem servida: o Georgia O’ Keeffe Museum; o Santa Fe Children’s Museum, voltado a estimular o descobrimento e cultivar hábitos sobre humanidades, ciências e artes nas crianças; e o New Mexico Museum of Art.

Albuquerque, a maior e mais agitada cidade do estado, conta com quase 300 mil habitantes. Foi fundada em 1706 pelo espanhol Dom Francisco Cuervo y Valdez, na Chihuahua Trail, extensão da Santa Fe Trail, no sentido do México. Pode ser considerada a síntese da diversidade do estado. Sua história se iniciara há 12 mil anos quando os pueblos ameríndios se estabeleceram na região e ali viveram por séculos plantando milho, feijão e abóbora e construindo suas casas em tijolos e adobe às margens do rio Grande. Em 1540, o conquistador Francisco Vasquez de Coronado veio em busca das místicas Sete Cidades de Cibola. Muitos ainda vieram à região depois dele. A partir daí, a região se desenvolveu como entreposto comercial até a chegada da Old Fort Smith Wagon Road entre Arkansas e Santa Fe em 1839. Foi ainda local de treinamento militar e cresceu rapidamente até ser incorporada no ano de 1885. Em 1889, foi fundada a University of New Mexico. A cidade continuou experimentando um boom de crescimento, mesmo com achegada da Route 66 nos anos 20.

Albuquerque é, ao mesmo tempo, antiga e contemporânea! Misturam-se ali, como num grande liquidificador, culturas, culinárias, pessoas, estilos, histórias muito diversas. Na Old Town, centro histórico de Albuquerque, estão os principais museus da cidade. Vale muito a pena fazer um walking tour a partir da Central Ave. A arquitetura predominante dos prédios é em estilo colonial espanhol, muito bonito! Vá ao Maxwell Museum of Anthropology, que conta com um rico acervo de artefatos dos povos que habitaram a região, além de uma maquete das ruínas dos pueblos que já existiram ali. Outro lugar que tem que ir é o Institute of Meteoritics Meteorite Museum, cuja coleção consiste de meteoritos que caíram em pontos dos EUA e foram coletados para estudo em universidades da região. O belo Albuquerque Botanical Garden é outro local que não deve ficar de fora do roteiro. Reserve tempo para explorar cada cantinho deste parque! Veja e registre o El Vado Motel e seu neon que indica o seu nome tem a cabeça de um índio rodeada por um frondoso cocar. A cidade dispõe de algumas vinícolas abertas à visitação como a ótima Casa Rodeña Winery, cujo local é belíssimo. Um local lindo é o Indian Pueblo Cultural Center, onde o visitante pode assistir às danças tradicionais e admirar a coleção de cerâmicas decoradas e comprar artesanato e bijuterias. A Igreja San Felipe de Neri Freguesia, de 1793, é a mais antiga das construções remanescentes da região. Outros locais imperdíveis desta grande cidade: o KiMo Theater, cuja linda arquitetura é uma mistura de art deco com pueblo, de 1927. O New Mexico Museum of Natural History and Science é fascinante, com suas réplicas de dinossauros, fósseis de animais que viveram na região, minérios de milhares de ano, fotos, documentos e áudios que relatam processos de escavação na área. Outro local sensacional em termos de curiosidade e informação é o Rattlesnake Museum, com a maior coleção do mundo de cascavéis e outros répteis, além de tarântulas e outros aracnídeos. Você pode desfrutar das incríveis paisagens da área como os imensos canyons passeando no teleférico Sandia Peak Tramway. Ou ainda, conhecer a história da pedra mais importante da região e que movimenta o mercado de joias, a turquesa, no Turquoise Museum e Explora. Tem desde amostras de rocha com turquesas in natura incrustadas, passando pelos processos de limpeza, tratamento, lapidação e o produto final. Tem lojinha onde vendem vários objetos confeccionados com a linda pedra.

A cidade de Grants tem o El Malpais National Monument, reserva que tem como finalidade proteger o ambiente e a memória cultural local. Há muitos lugares por ali a serem explorados: canyons, paredões de arenito e o famoso La Ventana Natural Arch. Ideal para caminhada, trilhas e piqueniques. Não deixe de conhecer o New Mexico Mining Museum, que conta a história dos mineiros que trabalhavam na exploração de urânio e seu legado à cidade de Grants; e a torre de comando do Airways Museum Grants – Milan Airport, restaurada recentemente.

Em Gallup, tome nota para os locais must to see. O El Morro Theatre, teatro clássico da Route 66 (1928) em estilo colonial espanhol e todo decorado com motivos indígenas, lindo local para ver! O icônico motel da Route 66 El Rancho Hotel (1936) parece uma daquelas mansões do sul dos EUA, toda trabalhada em tijolos, madeira e pedras. A lareira, os troféus de caça e a tapeçaria Navajo criam exatamente um ambiente meio ‘caçador’ daqueles de filme western. Outro local inusitado é o Lariat Lodge, motel de 1952, com letreiro de cowboy segurando um laço. O Red Rock Park é ideal para piqueniques, trilhas ou simplesmente curtir o visual, cujas formações avermelhadas de arenito datam de 200 milhões de anos! Não deixe de conhecer: o Zuni Pueblo, sítio histórico rodeado por casas feitas de arenito e local do primeiro contato dos europeus com os ameríndios; o Rex Museum, cujo acervo é composto por artefatos que narram a história da cidade e da região; e o Native Art at the Gallup Cultural Center, que exibe peças do belo artesanato dos povos nativos americanos.

Novo México é um paraíso para o inesperado. Um lugar para aqueles que procuram seguir seu próprio caminho. É uma atitude. Um modo de vida. É a aventura na sua forma mais verdadeira – da cultura à arte para a culinária e todo o resto – apenas esperando que você a aproveite

E aqui termina o estado do Novo México. Seguimos para o próximo estado, Arizona!

Cidades na Route 66 no estado do Novo México

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