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Numa Harley-Davidsons a liberdade me tocava a cada quilometro que percorríamos

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Enquanto fotografava o posto Plillips 66, comecei a ouvir, de repente, um barulho ensurdecedor. Por um instante, pensei que pudesse ser uma tempestade, um furacão, sei lá. Aquele ronco sufocava o silêncio e finalmente percebi que vinha de várias motos, acelerando ao mesmo tempo. Motos simplesmente não, Harley-Davidsons. A gangue era formada por seis motoqueiros, orgulhosamente cavalgando aquelas máquinas enormes, pretas e legendárias, cromadas com símbolos tribais, caveiras, etc. O grupo parara no posto para abastecer. Como não viram o frentista, um deles veio me perguntar:

— Você sabe quem está atendendo aqui? Não sabia lhe dizer, mas esta foi a senha para iniciar uma conversa com aquele grupo cinematográfico. Glenn, o rapaz que se dirigiu a mim, era o típico Harley-Davidson maníaco. Lenço na cabeça, jaqueta de couro, calças jeans (também outra invenção do Velho Oeste) e um distanciamento misterioso.

— Estamos percorrendo a Route 66 também — informou.

— Vão ficar por aqui? Tem um museu… — falei.

— Não, cara, a gente não pára em lugar nenhum — disse ele.

— A gente põe a moto na estrada e pronto. Dorme onde dá — acrescentou outro membro do grupo, com pesados óculos escuros e visual bastante parecido com o de Glenn. Chamava-se Thunder.

— É nome de batismo ou apelido? — perguntei.

— Não importa. Eu me chamo Thunder — respondeu rispidamente. Thunder era alto, forte, com o porte atlético valorizado pela pesada jaqueta de couro que estava usando. Não era muito de sorrir, segundo me contou outro rapaz, Troy, este um pouco mais baixo e aparentando ser o novato do grupo. Os seus jeans deviam estar mais surrados do que os meus. Alex, outro deles, era um homem louro e forte, que parecia passar os momentos em que não estava montado na sua moto em academias, fazendo musculação. Troy sugeriu-lhe que fosse procurar alguém para atendê-los. Alex saiu e restaram ainda dois sobre as motos: eram Jamie e Stephen. De todos eles, talvez fossem os dois mais típicos exemplares daquela fauna. Mas pareciam ter feito voto de silêncio. Não tinham aberto a boca uma vez sequer.

Na maior cara-de-pau, pedi uma carona até Amarillo, que era então o destino deles. Sempre tive vontade de andar numa Harley-Davidson, principalmente depois que tomei conhecimento das histórias a respeito da moto e seus criadores. Em vez de fazer motos para competir com as japonesas e mesmo investir na quantidade, eles tiveram coragem de fazer um produto que se destacava pela particularidade, pela distinção. Para minha surpresa, Glenn, o porta-voz do grupo, concordou:

— Tudo bem. Você já andou de moto?

— Ainda não — confessei.

Ao ouvir esta resposta, percebi um leve sorriso estampado no rosto dele. Por um instante, até o emburrado Thunder abriu uma exceção e esboçou também um sorriso. Não entendi muito bem por quê. Naquele momento. Poucos minutos depois, o ronco ensurdecedor que chegara a mim antes mesmo de Thunder, Glenn, Jamie, Troy, Alex e Stephen ocupou de novo o espaço da pacata McLean.

As motos começaram a zunir pela estrada e pude perceber pela primeira vez por que eles gostavam tanto daquilo. Estávamos no fim da tarde e uma brisa fria começava a dominar o ambiente, sobretudo porque era inverno. O vento na cara, a velocidade, que se sente muito mais de perto na garupa de uma moto, o asfalto passando por baixo de você como se fosse a correnteza de um rio… Muitos tentaram, tentam e ainda tentarão definir qual a sensação experimentada por aqueles que se dizem livres. Talvez a subjetividade do conceito ajude a manter o Mistério. Sem a pretensão de ser definitivo, posso dizer que os momentos que passei a bordo de uma Harley-Davidson foram aqueles em que experimentei com mais propriedade o que é exatamente sentir-se livre. A liberdade me tocava a cada metro que percorríamos.

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